Carta a Ludwig Kugelmann
(em Hannover)

Karl Marx

23 de Fevereiro de 1865

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Primeira Edição: Publicado pela primeira vez na revista Sozialistische Auslandpolitik n.° 18, 1918. Publicado segundo o manuscrito. Traduzido do alemão.
Fonte: Obras Escolhidas em três tomos, Editorial "Avante!" - Edição dirigida por um colectivo composto por: José BARATA-MOURA, Eduardo CHITAS, Francisco MELO e Álvaro PINA, tomo II, pág: 448-453.
Tradução: José BARATA-MOURA e João Pedro GOMES.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa reservados por Editorial "Avante!" - Edições Progresso Lisboa - Moscovo, 1982.


capa

Londres, 23 de Fev[ereiro] de 1865

Caro amigo,

Recebi ontem a sua carta, muito interessante para mim, e responderei agora aos diferentes pontos.

Quero, em primeiro lugar, expor-lhe resumidamente a minha relação com Lassalle. Durante a sua agitação, a nossa relação foi suspensa,

  1. por causa das fanfarronadas auto-elogiosamente atamancadas que ele ao mesmo tempo juntava ao plagiato mais sem vergonha dos meus, etc, escritos;
  2. porque eu condenava a sua táctica política;
  3. porque eu, já antes do início da sua agitação, aqui em Londres, lhe explicara circunstanciadamente e lhe «demonstrara» que imediata intervenção socialista de um «Estado da Prússia» é um contra-senso.

Nas suas cartas para mim (de 1848-1863), tal como nos seus encontros pessoais comigo, sempre se declarou apoiante do partido por mim representado. Desde que se convenceu, em Londres (em fins de 1862), de que não podia continuar o seu jogo comigo, decidiu lançar-se contra mim e o velho partido, como «ditador operário». Apesar de tudo, reconheci o seu mérito de agitador, ainda que, para o fim da sua curta carreira, a agitação se me apresentasse a uma luz cada vez mais ambígua. A sua morte súbita, velha amizade, cartas de condolências da Condessa Hatzfeldt, a indignação acerca da insolência cobarde das folhas burguesas para com alguém por elas tão temido em vida — tudo isto me levou a publicar uma curta declaração(1) contra o miserável Blind, que, porém, não se prendia com o conteúdo da actividade de Lassalle (a Hatzfeldt enviou a declaração ao Nordstern[N295]). Pelas mesmas razões e na esperança de poder afastar elementos que me pareciam perigosos, prometi colaboração, com Engels, ao «Soc[ial]-Demok[rat]»[N15] (ele trouxe a tradução da Address(2) e, a pedido dele, pela morte de Proudhon, escrevi um artigo sobre este último(3)) e permiti depois de Schweitzer nos ter enviado um programa satisfatório da sua redacção, que nos chamasse colaboradores. Serviu-nos, além disso, de garantia que W. Liebknecht fosse membro não oficial da redacção. Entretanto, cedo se verificou — as provas disso vieram parar às nossas mãos — que Lassalle tinha de facto traído o Partido. Ele tinha concluído um contrato formal com Bismarck (naturalmente, sem qualquer espécie de garantias na sua mão). No fim de Setembro de 1864, ele devia ir a Hamburgo e aí (juntamente com o louco do Schramm e o espião da polícia prussiana Marr) «compelir» Bismarck à incorporação do Schleswig-Holstein, i. e., a proclamar tal coisa em nome dos «operários», etc, contra o que Bismarck prometera sufrágio universal e algumas charlatanices socialistas. É pena que Lassalle não tenha podido representar esta comédia até ao fim! Ela tê-lo-ia condenado ridiculamente e feito aparecer como enganado! E posto fim para sempre a todas as tentativas de semelhante espécie!

Lassalle foi pelo mau caminho porque era um «político realista » [«Realpolitiker»] da espécie do senhor Miquel, só que de maior envergadura e de fins mais consideráveis! (By the by(4), estava há muito tempo esclarecido acerca de Miquel, ao ponto de explicar a mim mesmo a sua conduta pelo facto de a União Nacional[N296] ser um magnífico pretexto para um pequeno advogado hanoveriano se fazer ouvir, fora das suas quatro paredes, perante a Alemanha e para fazer retroactivamente valer a tão elevada «realidade» de si próprio no interior hanoveriano, fazendo, para isso, de Mirabeau «hanoveriano» sob protecção «prussiana».) Assim como M[iquel] e os seus actuais amigos agarraram a «era nova»[N297], inaugurada pelo príncipe regente prussiano, pelo rabo, para se união nacionalizarem e se aferrarem à «cabeça [Spitze] prussiana» — tal como, em geral, desenvolveram o seu «orgulho burguês» sob protecção prussiana —, também Lassalle queria fazer de Marquês Posa do proletariado com Filipe II de Uckermark[N298], [fazendo] Bismarck de alcoviteiro entre ele e a realeza prussiana. Ele apenas imitava os senhores da União Nacional. Mas, enquanto estes invocavam a «reacção» prussiana no interesse da classe média, ele apertava a mão a Bismarck no interesse do proletariado. Nesta medida, aqueles senhores estavam mais justificados do que Lassalle, uma vez que o burguês está habituado a apreender o interesse mais próximo que está debaixo do nariz como «realidade» e uma vez que, de facto, esta classe concluiu, por toda a parte, um compromisso mesmo com o feudalismo, enquanto pela natureza das coisas a classe operária tem de ser sinceramente «revolucionária».

Para uma natureza teatralmente vaidosa como Lassalle (que, todavia, não era de subornar com bagatelas, como lugares, burgomestrado, etc), era um pensamento muito sedutor: um feito imediato para o proletariado, executado por Ferdinand Lassalle! Ele era de facto demasiado ignorante acerca das condições económicas reais de semelhante feito para ser criticamente verdadeiro para consigo mesmo! Os operários alemães, por outro lado, estavam demasiado «em baixo», pela infame «política de realidades» [«Realitàtspolitik»] pela qual os burgueses alemães haviam suportado a reacção de 1849-1859 e tolerado o embrutecimento do povo, para não ovacionarem semelhante libertador charlatanesco que prometia ajudá-los [a passar] de um salto para a terra prometida!

Portanto, apanhemos de novo o fio quebrado atrás! Mal estava o Social-Demokrat fundado, cedo se verificou que a velha Hatzfeldt queria, além disso, executar o «testamento» de Lassalle. Ela estava em ligação com Bismarck, através de Wagener (da Kreuz-Zeitung[N299]). Ela pôs à disposição daquele a Associação (Geral) de Operários (Alemães)[N300], o Social-Demokrat, etc. A anexação do Schleswig-Holstein devia ser proclamada no Social-Demokrat, Bismarck devia ser em geral reconhecido como patrono, etc. Todo este lindo plano foi desmanchado por termos o Liebknecht em Berlim e na redacção do Soc[ial]-Dem[okrat]. Apesar da redacção da folha desagradar a Engels e a mim, com o seu culto lambe-botas de Lassalle, a coqueteria ocasional com Bismarck, etc, era naturalmente mais importante, provisoriamente, mantermo-nos publicamente com a folha, para impedirmos as intrigas da velha Hatzfeldt e o comprometimento completo do partido operário. Fizemos, portanto, bonne mine à mauvais jeu(5), embora escrevendo constantemente privatim(6) ao Soc[ial]-Demok[rat] que tinha de fazer frente tanto a Bismarck como aos progressistas[N301]. Suportámos mesmo que o fátuo afectado, Bernhard Becker — que levou totalmente a sério a importância a ele testamentariamente legada por Lassalle —, fizesse intrigas contra a International Workingmen's Association.(7)

Entretanto, os artigos do senhor Schweitzer no Soc[ial]-De-mok[rat] tornavam-se cada vez mais bismarckianos. Tinha-lhe escrito antes que se podia intimidar os progressistas na «questão da coalizão»[N302], mas que o governo prussiano nem agora nem nunca admitirá a completa abolição das leis da coalizão, porque isso traz consigo um romper do burocratismo, uma atribuição da maioridade aos operários, uma rotura do regulamento dos criados[N303], abolição do vergastamento de traseiros pela nobreza no campo, etc, etc, que Bismarck nunca poderia permitir, que, em geral, é incompatível com o Estado de funcionários prussiano. Acrescentei que, se a Câmara rejeitasse as leis da coalizão, o governo, para as manter, se refugiaria em frases (frases tais, p. ex., que a questão social exige diligências «mais profundas», etc). Tudo isto se confirmou. E o que fez o senhor v. Schweitzer? Escreveu um artigo pró Bismarck e reservou todo o seu heroísmo contra semelhantes infiniment petits(8) como Schulze, Faucher, etc.

Creio que Schweitzer etc. são sinceros, mas eles são «políticos realistas» [«Realpolitiker»]. Querem ter em conta a situação existente e não deixar este privilégio da «política realista» só para o senhor Miquel et Comp[agnie](9). (Estes últimos parecem querer reservar-se o direito de intermixture(10) com o governo prussiano.) Eles sabem que as folhas operárias e o movimento operário na Prússia (e, portanto, no resto da Alemanha) só subsistem par la grâce de la police.(11) Querem, por conseguinte, tomar as circunstâncias tal como elas são, não provocar o governo, etc, tal como os nossos políticos realistas «republicanos» querem «levar consigo» um imperador Hohenzollern. Como, porém, eu não sou
nenhum «político realista», achei que era preciso, juntamente com Engels, despedir-me do Social-Demokrat numa declaração pública(12) (que V. muito em breve verá numa ou noutra gazeta).

V. vê, ao mesmo tempo, por que é que neste momento, não posso fazer nada na Prússia. O governo de lá recusou directamente a minha renacionalização na Prússia[N304]. A agitação só me seria lá permitida se ela tomasse uma forma desejável para o senhor v. Bismarck.

Prefiro cem vezes a minha agitação aqui, através da «Associação Internacional». A influência sobre o proletariado inglês é directa e da maior importância. Nós stir(13) agora aqui na General Suffrage Question(14) que, naturalmente, tem aqui um significado totalmente diferente do que na Prússia[N44].

No conjunto, o progresso desta «Associação» está acima de toda a expectativa, aqui, em Paris, na Bélgica, Suíça e Itália. Só na Alemanha, naturalmente, os sucessores de Lassalle estão contra mim, os quais

  1. insensatamente temem perder a sua importância;
  2. conhecem a minha oposição declarada àquilo a que os alemães chamam «política realista». (É esta espécie de «realidade» que coloca a Alemanha tão atrás de todos os países civilizados.)

Como toda a pessoa que compra um cartão de um xelim se pode tornar member of the Association;(15) como os franceses escolheram esta forma de individual membership(16) (ditto(17) os belgas), porque a lei lhes proíbe de se juntarem a nós como «associação»; como, na Alemanha, as coisas se passam de modo semelhante, decidi agora exortar os meus amigos aqui e os na Alemanha a fundarem pequenas societies(18) — sendo indiferente quantos members(19) há em cada lugar — de que cada membro levante an English card of member ship(20). Uma vez que a sociedade inglesa é pública, nada se levanta no caminho deste procedimento, mesmo em França. Gostaria muito também se V., na suas relações mais próximas, entrasse desta maneira em ligação com Londres...


Notas de rodapé:

(1) K. Marx, Brief an den Redakteur des «Beobachters» zu Stuttgart [Carta ao Chefe de Redacção do «Observador» de Stuttgart]. (retornar ao texto)

(2) Em inglês no texto: Mensagem. Ver o presente tomo, pp. 5-13. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(3) Ver o presente tomo, pp. 20-28. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(4) Em inglês no texto: a propósito. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(5) Em francês no texto: boa cara a mau jogo. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(6) Em latim no texto: particularmente, em privado. (Nota da edição portuguesa .) (retornar ao texto)

(7) Em inglês no texto: Associação Internacional dos Trabalhadores. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(8) Em francês no texto: infinitamente pequenos. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(9) Em francês no texto: e companhia. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(10) Em inglês no texto: mistura. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(11) Em francês no texto: graças à polícia. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(12) Erklärung. An die Redaktion des "Social-Demokrat" [Declaração. à Redacção do "Social-Democrata". (retornar ao texto)

(13) Em inglês no texto: mexemos. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(14) Em inglês no texto: quetão do sufrágio universal. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(15) Em inglês no texto: membro da Associação. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(16) Em inglês no texto: adesão individual. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(17) Em inglês no texto: o mesmo. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(18) Em inglês no texto: sociedades. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(19) Em inglês no texto: membros. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

(20) Em inglês no texto: um cartão de membro inglês. (Nota da edição portuguesa.) (retornar ao texto)

Notas de fim de tomo:

[N15] Social-Demokrat (Social-Democrata), órgão da Associação Geral de Operários Alemães, fundada por Lassale. Publicou-se com este título em Berlim de 15 de Dezembro de 1864 a 1871; de 1864 a 1867, Scheweitzer foi o seu director. (retornar ao texto)

[N44] Trata-se da ampla participação das trade unions inglesas no movimento democrático geral pela segunda reforma do direito eleitoral em 1865-1867. (A primeira foi aplicada em 1831-1832 e abriu o acesso ao parlamento aos representantes da grande burguesia industrial.)
Em 23 de Fevereiro de 1865, numa assembleia de partidários da reforma do direito eleitoral, por iniciativa e com a participação directa do Conselho Geral da Internacional, foi aprovada uma decisão sobre a fundação da Liga da Reforma, que se tornou o centro político para a direcção do movimento de massas dos operários pela segunda reforma. Por insistência de Marx, a Liga da Reforma apresentou a reivindicação do sufrágio universal para toda a população masculina adulta do país. Contudo, em consequência das vacilações dos radicais burgueses que faziam parte da direcção da Liga da Reforma, assustados com o movimento de massas dos operários, e também do espírito conciliador dos dirigentes oportunistas das trade unions, a Liga não foi capaz de aplicar a linha apontada pelo Conselho Geral; a burguesia britânica conseguiu cindir o movimento, e em 1867 foi aplicada uma reforma limitada, que concedeu o direito de voto apenas à pequena burguesia e às camadas superiores da classe operária, deixando a sua massa sem direitos políticos, tal como antes. (retornar ao texto)

[N295] Nordstern (Estrela do Norte): jornal semanal alemão, publicado em Hamburgo de 1860 a 1866; de tendência lassalliana a partir de 1863. (retornar ao texto)

[N296] A União Nacional foi fundada em 15-16 de Setembro de 1859 no congresso dos liberais burgueses dos Estados alemães em Frankfurt am Main. Os organizadores da União apontaram como objectivo a unificação de toda a Alemanha, com excepção da Áustria, sob a hegemonia da Prússia. Depois da formação da Confederação da Alemanha do Norte, em 11 de Novembro de 1867, a Confederação declarou asua autodissolução. (retornar ao texto)

[N297] Em 1858 o príncipe-regente demitiu o ministério Manteuffel e chamou ao poder os liberais moderados; na imprensa burguesa esta linha recebeu a designação altissonante de «era nova»; mas de facto a política de Guilherme visava exclusivamente o reforço das posições da monarquia prussiana e dos Junkers. A «era nova» de facto preparou a ditadura de Bismarck, que chegou ao poder em Setembro de 1862. (retornar ao texto)

[N298] Marquês Posa e Filipe II: personagens do drama de Schiller Don Carlos.Por Filipe II de Uckermark subentende-se Guilherme I.
Uckermark:
parte setentrional da província de Brandemburgo (Prússia), bastião dos Junkers reaccionários prussianos. (retornar ao texto)

[N299] Kreuz-Zeitung (Jornal da Cruz): nome dado (devido à cruz, emblema da Landwehr, impresso no cabeçalho do jornal) ao diário alemão Neue Preussische Zeitung (Novo Jornal Prussiano); começou a publicar-se em Berlim em Junho de 1848; foi órgão da camarilha contra-revolucionária da corte e dos Junkers prussianos. (retornar ao texto)

[N300] Associação Geral de Operários Alemães: organização política dos operários alemães, criada em 1863 com a participação activa de Lassalle. A Associação existiu até 1875, quando, no Congresso de Gotha, ocorreu a unificação dos lassallianos e dos eisenachianos (o partido encabeçado por Liebknecht e Bebel) no Partido Socialista Operário da Alemanha. (retornar ao texto)

[N301] Progressistas: representantes do partido burguês prussiano formado em Junho de 1861. O Partido Progressista reivindicava a unificação da Alemanha sob a hegemonia da Prússia, a convocação de um parlamento de toda a Alemanha e a criação de um ministério liberal responsável perante a câmara de deputados. (retornar ao texto)

[N302] A questão da coalizão foi discutida no Landtag da Prússia em Janeiro de 1865 na sequência de manifestações operárias exigindo a abolição dos parágrafos do regulamento dos produtores que proibiam as coalizões e as greves. Os progressistas reivindicavam a abolição do parágrafo 181 do regulamento, que proibia os empresários de interromper a produção para alcançar concessões dos operários; com fins demagógicos, os progressistas também apresentavam a reivindicação da abolição do parágrafo 182, que punia os operários por incitação à greve. Em 14 de Fevereiro de 1865 o Landtag da Prússia aboliu apenas os parágrafos 181 e 182 do regulamento, não satisfazendo as reivindicações dos operários. (retornar ao texto)

[N303] Marx designa assim ironicamente o regulamento dos produtores em vigor na Prússia. Sob a designação de «regulamento dos criados», no séculoxvm existiam nas províncias prussianas regras feudais que sancionavam os plenos poderes dos latifundiários sobre os camponeses servos. (retornar ao texto)

[N304] Na Primavera de 1861 Marx fez diligências para restabelecer a sua cidadania prussiana mas deparou com uma recusa, formalmente fundamentada pelas autoridades prussianas com o pretexto de em 1845 ele ter renunciado «voluntáriamente» à nacionalidade prussiana. (retornar ao texto)

Inclusão 02/11/2010
Última alteração 21/03/2013